
Clube Aventura de escalada fica próximo ao meio ambiente
11/09/2009 - 09h27m
Michelle Tondineli
Repórter
O Clube Aventura inicia, neste final de semana, um curso que envolve escalada em rocha ligada ao meio ambiente. O curso tem início no sábado e será concluído no dia 04 de outubro.
De acordo com o idealizador do grupo, César Sobrinho, foi em 1986 que ele e seu amigo Eduardo Gomes começaram a jornada do clube Excursionista que, depois de alguns anos, passou a ser Clube Aventura.
- Atualmente, temos de 70 a 100 escaladores ativos, que fazem um curso de montanhismo promovido pelos clubes - explica.
(foto: DIVULGAÇÃO)
César explica que existe código de cuidado
ao meio ambiente.
César ainda fala que as escaladas, de início, são realizadas no campo-escola da pedreira da Serra do Mel, próximo ao Parque do Sapucaia.
- Nós usamos corda fixa para melhor segurança e depois, com a prática, passamos para escaladas maiores e mais complicadas, com pessoas de 15 a 60 anos de idade - afirma.
O especialista ainda fala que o meio ambiente está em contado com as escaladas a todo o momento:
- Nós temos um código de ética que seguimos, de tratamento com o meio ambiente, de usar sem danificar e, todo o tempo da escalada, estamos em contato direto com o meio. Aqui na cidade o campo-escola da pedreira é o lugar mais procurado para a escalada, mas temos vários outros em meio à natureza.
Segundo César, para realizar escalada é necessário ter um material específico e de qualidade:
- Todo o material tem que ser qualificado pelo UIAA - Official international mountaineering and climbing federation, e de forte resistência.
Para mais informações sobre o Clube Aventura, ligue (38) 3222-3403/9914-6215
ESCALADA EM MOC E NO NORTE DE MINAS
O montanhismo teve início em Montes Claros na década de 1980, com um grupo de amigos que começou a escalar no exército e, posteriormente, formou a primeira turma de escaladores. Desse grupo nasceu o CEMC - Clube excursionista de Montes Claros, que começou a difundir a escalada na região.
Desses pioneiros, destacam-se: Eduardo Gomes e César Augusto Ferreira Sobrinho. O grupo cresceu e vieram os primeiros cursos básicos. Os campos-escola do Parque Municipal da Sapucaia e da Pedreira, ambos em áreas públicas e de livre acesso que ficam a dez minutos do Centro da cidade, acolheram os primeiros escaladores do Norte de Minas com suas fendas, chaminés e negativos.
Uma a uma as vias foram surgindo: Rapelão, Teleférico, Ponte, Caveira, V, Jararaca e outras, porém com uma característica local, a maioria conquistada em top rope. A escassez de equipamentos e pouca base técnica prenderam as primeiras conquistas dos campos-escola a top ropes.
Na década de 90, o Clube Excursionista se dividiu e nasceu o Clube Aventura, presidido por César Augusto Ferreira Sobrinho, com alguns membros do CEMC e membros do grupo de escoteiros do Colégio Marista São José. Se por um lado no campo escola as conquistas eram em top rope, nas falésias de Serra Bonita, Lapa Pintada e Fazenda Quebradas, Eduardo Gomes e César Sobrinho conquistaram no estilo tradicional, usando pitons caseiros, cunhas de madeira e alumínio e nós de fita, sendo a via Urubu Rei na Serra Bonita, um bom exemplo.
Ainda na década de 1990, o intercâmbio com montanhistas do Rio e com a ida de um membro do CEMC para São Paulo e dois membros do Clube aventura César Sobrinho e Carlos Guilherme (Psico) participaram em Curitiba PR da 2ºCampeonato Sul-Americano de Escalada Indoor, os escaladores montes-clarenses tiveram acesso a mais informação. Fitas de vídeo, livros, apostilas e principalmente equipamentos foram sendo adquiridos, iniciando uma nova fase do montanhismo local. Embora bem próximos a Belo Horizonte, os montes-clarenses até hoje não conseguem explicar o porquê da falta de intercâmbio que existia com os escaladores de Belo Horizonte. As vias de top rope passaram a ser escaladas em móvel, sendo algumas protegidas com chapeletas e grampos. Vias esportivas conquistadas de baixo surgiram, e nas falésias, belas linhas nasceram sendo protegidas no estilo tradicional.
No final da década de 90 o Clube Excursionista se dividiu, extinguindo-se, e a maioria dos membros passou a se dedicar à espeleologia, surgindo o EPL – Espeleogrupo Peter Lund e mais tarde o IGS – Instituto Grande Sertão, que passou a cuidar da preservação e divulgação do potencial eco-turístico da região, e a dar grandes dicas de paredes escondidas nas montanhas do Norte de Minas.
O avanço da escalada em Montes Claros na última década foi significativo. Além da refundação do CEMC e do Clube Aventura, foram criados os grupos Clube Excursionista Atalaia do Sertão e Sertão Calango, e o primeiro ginásio de escalada foi inaugurado na cidade, o Ponto Vertical. (MT)